22 de dezembro de 2012

Boas Festas


"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,
Mas não esqueço de que minha vida
É a maior empresa do mundo…
E que posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver
Apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e
Se tornar um autor da própria história…
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar
Um oásis no recôndito da sua alma…
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um “Não”!!!
É ter segurança para receber uma crítica,
Mesmo que injusta…
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo…"
Fernando Pessoa

14 de agosto de 2012

Fernando - na primeira - Pessoa

Não me acostumo com o que não me faz feliz, revolto-me quando julgo ser necessário. Alago o meu coração de esperanças, mas não deixo que ele se afogue nelas. Se achar que preciso voltar, volto! Se perceber que preciso seguir, sigo! Se estiver tudo errado, começo novamente. Se estiver tudo certo, continuo. Se sentir saudade, mato-a. Se perder um amor, não me perco! Se o achar, seguro-o!

30 de março de 2012

13 de março de 2012

Eu quero ser... (ou simplesmente, "O líquido")


João Pedro (composição aos 7 anos)

Eu quero ser cientista para fazer muitas experiências.
Eu gosto de ser cientista porque os cientistas fazem líquidos,
depois fazem outro líquido e misturam e ao misturar, fazem outro
líquido e esse líquido ia para o lume até ferver.
É por isso que eu gosto de ser cientista, para fazer experiências.
Depois eu ia à floresta procurar substancias químicas e ia misturar
ao líquido a ferver. 
Eu vou ser cientista de certeza absoluta!
João Pedro

Tinha acabado de receber como prenda, um daqueles jogos de quimica e estava completamente maravilhado. Tão maravilhado que até queria ser cientista. E escrevi! LOL
Grande cientista que tu me saíste... hehehe

12 de março de 2012

Frases

"...e a ela não lhe importa se ele sabe ou não sabe amar porque ele sabe a mar."


Foi a frase que me inspirou a escrever este texto:

http://tripascoracao.blogspot.com/2011/11/saber-mar.html

8 de março de 2012

Frases

Este dia só existe mesmo para vocês - Mulheres - perceberem que ainda têm um longo percurso pela frente, até atingirem uma verdadeira emancipação neste mundo de Homens.

6 de março de 2012

As (nossas) noites



Contigo, suei de prazer.

Levei-te a suar de prazer.

Tu desejaste mais…

Quis-te mais e mais…

E mesmo sem mais suor,

Quis dar-te mais prazer,

E tu tiveste mais prazer…

Desejei amar-te.

Com força, agarrei-te!

E senti - todo - o teu corpo.

Entrei e tu gritaste:

- És meu!

És minha! Sou (todo) teu!

- Não pares, não!

Eu continuei…

(o desejo leva-nos para além do limite)


(este já tinha tempo demais na gaveta)
João Pedro / finais de 2008

5 de março de 2012

Frases

"Quero fazer contigo
o que a Primavera faz com as cerejeiras."

Pablo Neruda

4 de março de 2012

História de uma paixão

Se o que sinto exprimisse em texto,
Se o meu coração soubesse compor,
Encontrava agora um bom pretexto
Para narrar a historia deste amor.


Foi num acaso do destino,
Que nos cruzámos um dia…
Mesmo em frente deste “menino”
Uma linda jovem ficaria.
- Eu chamo-me Joana.
- Prazer, eu sou João.
E a partir dessa semana
Fui esculpindo um coração.
Fascinou-me sua beleza,
Mas não seria suficiente.
Foi quando tive a certeza,
No interior não é diferente.
E despertou a empatia,
Senti que era especial.
O caminho até Sines…
Foi tudo tão natural!
Com ela, o tempo não passa.
Ganha asas, sai voando…
De ser tão saboroso,
Torna-se assim tão precioso
Todo o momento que nos abraça.
João Pedro / 2011

29 de fevereiro de 2012



Saudade…

Provei do seu sabor - várias vezes - nesta vida.

Por alguém que esteve longe, durante algum tempo.

Ou por quem já partiu...

Alguém que não voltarei a ver (pelo menos) aqui.

Mas sentir isto por quem não existe?

Saudade de uma (linda) ilusão que sustentei, por auto-recriação.

E que vi esvanecer à minha frente - tudo - num só momento.


Então digam-me, por favor:

Porque razão - a saudade - ainda persiste!




19 de fevereiro de 2012

Contradições

"El sueño de la razón" - Francisco Goya






















Se conseguisse explicar o porquê,
porque não fico indiferente…

No contraste do desejo de estar contigo,
entregando-me ao chamamento,
com o receio de te ter no pensamento
que demanda evitar o teu caminho.


Sempre que visitas o meu mundo,
sei como se vai desenrolar.
Parece que tudo já foi escrito...
Mas é tão fácil esquecer
e voltar a abraçar-te,
ser envolvido nesse teu doce sufoco.


Contigo, vivo momentos de fusão!
Obsessão, calor... É teu coração…
Tudo num instante passional,

mas sempre, sempre igual.

E não existe transparência...
No meio desta obscuridade,
feres com a consciência,
mas matas com a saudade.

Por isso, sempre que me aproximo,
acabo por ter que me afastar.
Só peço a força para ignorar,
quando a mente pede por ti...


João Pedro / 1997

16 de fevereiro de 2012

A Essencia das Coisas

A incapacidade para interpretar os sentimentos do meu pai, por mim, é latente neste "Amor Paternal", o qual escrevi com vinte e poucos anos.
Embora ele seja uma pessoa peculiar na sua forma de dizer:
- Gosto de ti. (nunca directamente, por palavras)
E, por vezes, não exista mesmo nada para interpretar, fruto dos defeitos que tem, como todos nós, eu, nesta altura da minha vida, era incapaz de ler nos pormenores, de interpretar certas demonstrações de afecto, dos outros por mim, quando fugiam ao explicito.
Hoje, ao ler este texto e viajando até aquele tempo, percebo que o problema estava realmente em mim e na forma como lidava com o mundo e, principalmente, com o “Eu”.
Talvez faltasse a calma e a segurança para absorver a essência das coisas, não somente a aparência.
Talvez criasse demasiadas expectativas (como se ansiasse
 por estar sempre um passo à frente), não me permitindo ir conhecendo e desfrutando da pessoa ou da situação, naquele preciso momento em que o desconhecido, se dá a conhecer.
Porque hoje sei que é aí que se encontra, a essencia das coisas.

Amor Paternal

Quem devia compreender melhor
ouvir-me e falar comigo,
é quem me entende pior,
que não consegue ser amigo.



Após me ter posto no mundo
não saí bem como queria.
Acaba a relação por ir ao fundo
só por não ser quem poderia.


Mas fácil também não sou.
A quem mais irá doer?!
E como nada mudou,
acabámos por nos perder.


Mesmo assim, a vida continua
contigo ou sem te ter.
Cada um fica na sua,
gosto de ti mesmo sem te ver.

João Pedro / 1996 (À volta disso)

10 de fevereiro de 2012

Grécia está a um passo da bancarrota e UE diz que salvação é extinguir a Grécia e criar um novo País chamado Sporting

"Segundo os jornais, a Grécia está a um passo da bancarrota ("What the fuck"... pensava-se que a Grécia já estava na bancarrota há para aí uns bons 3 anos! Pelos vistos, esta cena de entrar na bancarrota demora pró caraças, pelo que Passos Coelho não tinha necessidade de implementar já a austeridade, podia ter continuado o regabofe despesista até 2024!).
O PM grego, pressionado por Merkel e Sarkozy para assinar o novo memorando da "troika", única forma de receber mais 130 mil milhões de euros (estes gregos fodem mais dinheiro que uma mulher), vai reunir-se primeiro com o governo, depois com o seu partido, depois com os partidos da oposição, depois com as centrais sindicais, depois com cada um dos 10 milhões de gregos, depois vai à festa de anos da filha, depois vai ao barbeiro cortar o cabelo e só depois se vai reunir com a "troika". Os gregos devem ser arraçados de alentejanos, só pode."

via "O Inimigo Público"

31 de janeiro de 2012

Perda

"Num templo Japonês, existe um poema gravado na pedra chamado "Perda".
Inicialmente, tinha três palavras. Mas o poeta riscou-as até desaparecerem.
Não é possivel ler perda... Só é possivel senti-la."


Quando a minha mãe faleceu, deu-se a maior perda da minha vida.
Até essa altura, cada uma que se atravessava no meu caminho, 
corroía-me por dentro e enfraquecia-me por fora.

Mas eu acreditei que Ela continuava comigo, que continuaria a viver no meu coração. 
Esta convicção proporcionou um pequeno milagre.
Hoje, cada perda que tenho na vida, leva-me a ganhar um pouco mais de mim.

A última que tive, essa somente vem apurar o meu carácter e o respeito que tenho, tanto por mim, como por quem me rodeia.
E o meu gosto pelo Natal, que renasceu...

E eu agradeço, por isso.


João Pedro

30 de janeiro de 2012

Alguém especial


A imagem que tinha de ti
Afinal não era bem real.
Ao reflectir sobre o que vi,
Passaste a ter algo especial.

De facto não há como estar,
Partilhar um qualquer momento.
Ouvir ou deixar falar,
Ter palavras em movimento.

E o que acaba por sobressair
É a verdadeira essência do Ser.
Foi uma noite bem natural,
Assim me deu a parecer.

Alguém assim é um tesouro…
Desperta-me bons sentimentos.
Fiques por perto muito ou pouco,
Guardamos connosco estes momentos.

João Pedro/2012

26 de janeiro de 2012

Se te queres matar! (Álvaro de Campos)

Se te queres matar, porque não te queres matar?
Ah, aproveita! que eu, que tanto amo a morte e a vida,
Se ousasse matar-me, também me mataria...
Ah, se ousares, ousa!
De que te serve o quadro sucessivo das imagens externas
A que chamamos o mundo?
A cinematografia das horas representadas
Por actores de convenções e poses determinadas,
O circo polícromo do nosso dinamismo sem fim?
De que te serve o teu mundo interior que desconheces?
Talvez, matando-te, o conheças finalmente...
Talvez, acabando, comeces...
E de qualquer forma, se te cansa seres,
Ah, cansa-te nobremente,
E não cantes, como eu, a vida por bebedeira,
Não saúdes como eu a morte em literatura!
Fazes falta? Ó sombra fútil chamada gente!
Ninguém faz falta; não fazes falta a ninguém...
Sem ti correrá tudo sem ti.
Talvez seja pior para outros existires que matares-te...
Talvez peses mais durando, que deixando de durar...
A mágoa dos outros?... Tens remorso adiantado
De que te chorem?
Descansa: pouco te chorarão...
O impulso vital apaga as lágrimas pouco a pouco,
Quando não são de coisas nossas,
Quando são do que acontece aos outros, sobretudo a morte,
Porque é a coisa depois da qual nada acontece aos outros...
Primeiro é a angústia, a surpresa da vinda
Do mistério e da falta da tua vida falada...
Depois o horror do caixão visível e material,
E os homens de preto que exercem a profissão de estar ali.
Depois a família a velar, inconsolável e contando anedotas,
Lamentando a pena de teres morrido,
E tu mera causa ocasional daquela carpidação,
Tu verdadeiramente morto, muito mais morto que calculas...
Muito mais morto aqui que calculas,
Mesmo que estejas muito mais vivo além...
Depois a trágica retirada para o jazigo ou a cova,
E depois o princípio da morte da tua memória.
Há primeiro em todos um alívio
Da tragédia um pouco maçadora de teres morrido...
Depois a conversa aligeira-se quotidianamente,
E a vida de todos os dias retoma o seu dia...
Depois, lentamente esqueceste.
Só és lembrado em duas datas, aniversariamente:
Quando faz anos que nasceste, quando faz anos que morreste;
Mais nada, mais nada, absolutamente mais nada.
Duas vezes no ano pensam em ti.
Duas vezes no ano suspiram por ti os que te amaram,
E uma ou outra vez suspiram se por acaso se fala em ti.
Encara-te a frio, e encara a frio o que somos...
Se queres matar-te, mata-te...
Não tenhas escrúpulos morais, receios de inteligência!...
Que escrúpulos ou receios tem a mecânica da vida?
Que escrúpulos químicos tem o impulso que gera
As seivas, e a circulação do sangue, e o amor?
Que memória dos outros tem o ritmo alegre da vida?
Ah, pobre vaidade de carne e osso chamada homem.
Não vês que não tens importância absolutamente nenhuma?
És importante para ti, porque é a ti que te sentes.
És tudo para ti, porque para ti és o universo,
E o próprio universo e os outros
Satélites da tua subjectividade objectiva.
És importante para ti porque só tu és importante para ti.
E se és assim, ó mito, não serão os outros assim?
Tens, como Hamlet, o pavor do desconhecido?
Mas o que é conhecido? O que é que tu conheces,
Para que chames desconhecido a qualquer coisa em especial?
Tens, como Falstaff, o amor gorduroso da vida?
Se assim a amas materialmente, ama-a ainda mais materialmente:
Torna-te parte carnal da terra e das coisas!
Dispersa-te, sistema físico-químico
De células nocturnamente conscientes
Pela nocturna consciência da inconsciência dos corpos,
Pelo grande cobertor não-cobrindo-nada das aparências,
Pela relva e a erva da proliferação dos seres,
Pela névoa atómica das coisas,
Pelas paredes turbilhonantes
Do vácuo dinâmico do mundo...



Fernando Pessoa

Frases


23 de janeiro de 2012

"TABACARIA" por Fernando Pessoa

Fernando António Nogueira Pessoa (Lisboa, 13 de Junho de 1888 — Lisboa, 30 de Novembro de 1935), mais conhecido como Fernando Pessoa, foi um poeta e escritor português.
É considerado um dos maiores poetas da Língua Portuguesa, e da Literatura Universal, muitas vezes comparado com Luís de Camões. O crítico literário Harold Bloom considerou a sua obra um "legado da língua portuguesa ao mundo".






"Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
.
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
.
Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
.
Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
Génio? Neste momento
Cem mil cérebros se concebem em sonho génios como eu,
E a história não marcará, quem sabe?, nem um,
.
O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,
Ainda que não more nela;
Serei sempre o que não nasceu para isso;
Serei sempre só o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta,
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
E ouviu a voz de Deus num poço tapado.
Crer em mim? Não, nem em nada.
.
Vivi, estudei, amei e até cri,
E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.
.
Fiz de mim o que não soube
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
.
(Se eu casasse com a filha da minha lavadeira
Talvez fosse feliz.)
Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela.
O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?).
Ah, conheço-o; é o Esteves sem metafísica.
(O Dono da Tabacaria chegou à porta.)
Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me.
Acenou-me adeus, gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo
Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o Dono da Tabacaria sorriu."


Álvaro de Campos, 15-1-1928

22 de janeiro de 2012

António Aleixo



Considerado um dos poetas populares algarvios de maior relevo, famoso pela sua ironia e pela crítica social sempre presente nos seus versos, António Aleixo também é recordado por ter sido simples, humilde e semi-analfabeto, e ainda assim ter deixado como legado uma obra poética singular no panorama literário português da primeira metade do século XX.





CINCO QUADRAS DO ANTÓNIO ALEIXO


Acho uma moral ruim
trazer o vulgo enganado:
mandarem fazer assim
e eles fazerem assado.

Sou um dos membros malditos
dessa falsa sociedade
que, baseada nos mitos,
pode roubar à vontade.

Esses por quem não te interessas
produzem quanto consomes:
vivem das tuas promessas
ganhando o pão que tu comes.

Não me dêem mais desgostos
porque sei raciocinar...
Só os burros estão dispostos
a sofrer sem protestar!

Esta mascarada enorme
com que o mundo nos aldraba,
dura enquanto o povo dorme,
quando ele acordar, acaba.


António Aleixo

20 de janeiro de 2012

O aprendiz


Desejava uma clareza sempre igual.
Que zelasse eternamente consciente.
E vogasse, mesmo sem ter vento…

Mas de uma alegria, extrai um tormento.
Como algo transparente, que esquece de repente,
o que julga ser banal.

Ainda não te disse que não sei ser feliz…
Nessa matéria, estudei só para aprendiz.

É estranho, no entanto…
Se tudo o que tenho, conquistei com amor.

Hoje, o meu coração, desenhou um poema.
Sobre este tema, ganhou-lhe inspiração…
E foi por ti, mais bela flor, fruto de paixão.

João Pedro/2012

13 de janeiro de 2012

Dúvidas...


Porquê que, quando algo está por um fio, as coisas tendem a assumir a forma de uma tesoura?

12 de janeiro de 2012

Homenagem á "nossa" Florbela Espanca

Florbela Espanca

(Vila Viçosa, 8 de Dezembro de 1894 — Matosinhos, 8 de Dezembro de 1930), batizada como Flor Bela Lobo, foi uma poetisa portuguesa. A sua vida, de apenas trinta e seis anos, foi plena, embora tumultuosa, inquieta e cheia de sofrimentos íntimos que a autora soube transformar em poesia da mais alta qualidade, carregada de erotização, feminilidade e panteísmo.

Mentiras


Tu julgas que eu não sei que tu me mentes
Quando o teu doce olhar pousa no meu?
Pois julgas que eu não sei o que tu sentes?
Qual a imagem que alberga o peito meu?

Ai, se o sei, meu amor! Em bem distingo
O bom sonho da feroz realidade...
Não palpita d´amor, um coração
Que anda vogando em ondas de saudade!

Embora mintas bem, não te acredito;
Perpassa nos teus olhos desleais
O gelo do teu peito de granito...

Mas fingo-me enganada, meu encanto,
Que um engano feliz vale bem mais
Que um desengano que nos custa tanto!


Florbela Espanca, em "A Mensageira das Violetas"

9 de janeiro de 2012

Concurso - Blogs do ano 2011

"O Aventar organiza pela primeira vez um concurso de blogs com o objectivo de promover e divulgar o que de mais interessante se faz na blogosfera portuguesa e de língua portuguesa. É um concurso aberto a todos os que queiram participar."
Link - http://aventar.eu/blogs-do-ano-2011/

Atenção, as inscrições terminam já esta sexta, dia 13.

5 de janeiro de 2012

Se pudesse voltar atrás


Se pudesse voltar atrás
talvez evitasse o dolo,
e não tinha sido assim…
Perdendo o controlo
para a parte indolente
que existe dentro de mim.

Se pudesse voltar atrás
impedia o amor de fugir,
e agia com antecedência,
evitando esta tendência
para abdicar de o sentir.

Se pudesse voltar atrás
mas para quê tentar mudar,
se o amor que oferecia
ficou preso no momento,
guardado em recordações,
desfazendo ilusões,
mascaradas de sentimento.




João Pedro / 19 e troca o passo