Tento olhar para cima,
despir-me de medos…
Crer que a estrada não está cortada.
Mas o final omite-me a vontade.
E o chão que piso leva os pés de mim.
Perco a saída e tento nova entrada.
Sempre alheado do rumo…
Desenho círculos perfeitos,
Formas que mais ninguém vê.
Por vezes, quero desaparecer…
despir-me de medos…
Crer que a estrada não está cortada.
Mas o final omite-me a vontade.
E o chão que piso leva os pés de mim.
Perco a saída e tento nova entrada.
Sempre alheado do rumo…
Desenho círculos perfeitos,
Formas que mais ninguém vê.
Por vezes, quero desaparecer…
O que não passa de um desejo,
fechado numa velha gaveta
que abro só para mim.
Tem dias… Assim.
João Pedro / 1996
12 comentários:
E eu que o diga...
Estes dias, que mais pareciam descidas ao abismo, que o lugar do meu amor-próprio deixara em aberto, não deixam saudade.
Mas também contribuíram para formar, a pessoa que sou hoje.
E hoje, não espero que a vida seja um "mar-chão". Só quero ter um barco que resista á ondulação.
Gostei muito, do poema e do teu comentário.
E após esta leitura,
abrem-se as palavras e brotam a partir da ponta dos meus dedos...
Na altura em que a escuridão se apodera incansavelmente do nosso brilho,
recuamos e encostamos a nossa alma a um canto..
temos medo. Choramos. Desistimos.
Mas é esse o nosso inico. O nosso Eu que se fortalece a cada segundo.
Conquistamos com a alma tudo aquilo que cuidadosamente alia o coração vs razão. Crescemos. Voamos para um mundo real. Tão real que o sentimos na palma da mão, tal e qual ele o é.
E isto é crescer; acreditar nos sonhos, mas saber, que são tão somente o brilho que nos guia neste caminho. A realidade é a nossa força, a coragem e a luta diária.
Sim, tem dias em que o desalento impera.
Bonito post, gostei daqui.
=*
Barbara, pensamos de forma parecida. A ponte que liga os sonhos á nossa realidade, é a nossa força, a coragem e a luta diária. Precisamente!
Lê este texto... Tem algo a ver com o que estamos a "falar" ;-)
Beijinho
http://tripascoracao.blogspot.com/2011/11/sonho-tragico.html
Acabei de sair do teu blog, Luna. E adorei. Adorei a forma de como te expressas, o requinte que vai até ao pormenor de... Um cantil térmico? =D Muito bom, Luna.
Já estás ali, "do lado direito". Para te ir acompanhando, neste mundo... Dos blogs. *
Encontrei o teu blogue e olha... li algumas coisas, portanto resolvi comentar para saberes quem passa por aqui... Quanto ao medo, todos sentem, agora resta como fazem para lidar com ele.
:)
Dias angustiantes, sombrios, vazios de perspectivas e, como lindamente você versou, com a estrada cortada. Mas passam, meu amigo. Tudo passa. O que fica como resíduo dessa agonia, são belos poemas como esse.
Beijo,
I.
Tens dias assim...Tenho dias assim...
Um abraço
MLiz
Eli, penso da mesma forma. O medo é um sentimento que caracteriza qualquer Ser humano. E não só... Agora, a forma como lidamos com este, é o que nos distingue dos demais. E é a enfrentar os meus medos, que me sinto a crescer. Que me torno mais forte.
Gostei de ficar a saber que visitaste o meu blog ;)
Ainda bem que gostaste, Inês. De facto, são dias assim, que dão valor aos outros, aos dias bons.
Beijinho
MLiz, quem diz não ter dias assim, não está a ser sincero. Temos e ainda bem. Porque é nestes dias, que vamos aprender a dar valor aos dias bons.
Beijinho
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